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Meridianos & Paralelos

Um blog de notícias alinhavadas quase sempre à margem das notícias alinhadas

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

«Stairway to Heaven»

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Morreu Arthur Miller. Tinha 89 anos e era um dos mais notáveis dramaturgos que os americanos tiveram o prazer de conhecer, nos últimos 50 anos. Deixou ao mundo uma das mais encenadas peças de sempre: Morte de Um Caixeiro Viajante. Em 1953, no auge da Guerra Fria, escreveu The Crucible, uma espécie de resposta ao senador McCarthy e à cruzada que o Comité de Actividades Anti-americanas do Congresso realizou contra simpatizantes do comunismo. A ousadia custou-lhe alguns dissabores, e Miller nunca mais teve lugar entre os alinhados. Como quando, em 2001, após o atentado do 11 de Setembro, manifestou publicamente a sua preocupação com as medidas de emergência adotadas pelo governo, nomeadamente a legislação que previa que os não-americanos acusados de ajudar os terroristas inimigos dos Estados Unidos, poderiam ser julgados em tribunais militares. Miller disse, nessa época, que temia a erosão dos direitos civis no seu país e acusou o governo de se estar a aproveitar da situação para aumentar o seu poder sobre o indivíduo. Assim era, Miller: tímido mas terrivelmente perspicaz, a cada vez que tomava o pulso dos acontecimentos do seu tempo. Era magro, desajeitado, reservado. Foi casado com Marilyn Monroe entre 1956 e 1961, embora o mundo nunca tivesse chegado a compreender que estranha combinação de quimícas podia explicar o facto. Sabia-se que sofria de cancro e de problemas cardíacos. O mais grave de todos dava pelo nome de Marilyn: uma doença prolongada que nunca escondeu de ninguém, e da qual se confessava vítima incurável. Recentemente, uma pneumonia apanhou-o na dobra dos 90 anos. Pressentiu a esquina a tempo de lhe ser satisfeito um último desejo: ir morrer onde foi mais feliz. Fizeram-lhe a vontade. Faleceu, esta madrugada, na casa de Connecticut onde viveu com Marilyn, naqueles cinco anos em que estiveram casados.



sábado, janeiro 29, 2005

«Basic Instinct»

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Convidaram-na porque é famosa e ela provou que sim. Pediu a palavra, interrompeu os presidentes do Brasil e da Tanzânia, o ministro das Finanças do Reino Unido e o empresário Bill Gates. Ofereceu a Benjamin William Mkapa um "aporte imediato" de 10 mil dólares para a aquisição dos mosquiteiros que lhe faltavam para travar o avanço da malária entre a sua gente. Pediram-lhe o microfone de volta e ela pediu soluções concretas, actos para agora, reacções espontâneas, gestos imediatos: "right now!", ela disse. Em cinco minutos, a colecta rendeu um milhão de dólares. Convidaram-na e ela roubou-lhes a cena.


«I was particularly moved by President Mkapa and by his urgent need of today, so if you don’t mind I’d like to offer my help and support to you, and I’d like to offer you $10,000 to help you buy some bed nets today. Would any one else like to be on a team with me and stand up and offer some money and help him as well? President Mkapa needs help today because people are dying in his country today and that’s not OK with me today.»


[Sharon Stone, no Forum Económico Mundial, em Davos (28 Jan)]





sábado, janeiro 22, 2005

A Dama da Noite

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Foto de Miri Bratu.

Morreu Consuelo Velázquez, a mexicana escritora de boleros, que compôs Bésame mucho. Antes dos 20 anos. Antes até do primeiro beijo, como viria a confessar mais tarde. Morreu aos 84 anos na sequência de “complicações cardiovasculares”. Fêmea trovadora que se pôs um dia a imaginar outra boca contra a sua e escreveu uma canção que nenhum grande amor inspirou. A canção deu a volta ao mundo. Foi gravada em 20 idiomas e permanece uma das mais interpretadas de sempre, segundo a Sociedade de Autores e Compositores do México. Ainda assim, foi Emílio Tuero quem primeiro a gravou. No tempo em que as rotações se faziam em vinil. No tempo em que os boleros eram latinos e se gemiam contra o tampo de um balcão qualquer, afogados em tequilla pura, sem contenção, exagerados, esventrados, desalmados, lamentos pungentes chorados na bainha lânguida das tabernas da noite. Antes de Hollywood, de Sinatra e dos bailes ao som da orquestra.

A devida vénia, Senhora!... Saiba que o mundo continua a morrer pela boca. Á beira de um beijo. Exactamente como se canta no seu bolero. Mucho!

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Foto de Helmut Newton.


Besame, besame mucho
Como se fuera esta noche
La ultima vez

Besame, besame mucho
Que tengo miedo perderte
Perderte despues

Besame, besame mucho
Como se fosse esta noite
A última vez

Besame, besame mucho
Eu não queria perder
Te perder outra vez

Quero você bem mais perto
Me ver nos teus olhos
Te ter só pra mim

Pense que talvez um dia
Eu estarei longe
Bem longe daqui

Besame, besame mucho
Como se fuera esta noche
La ultima vez

Besame, besame mucho
Que tengo miedo perderte
Perderte despues

Quiero tenerte mas cerca
Mirarme em tus ojos
Verte junto a mi

Piensa que talvez mañana
Yo estare lejos
Muy lejos de ti





A Arte da Palavra

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.

... Porque vale a pena ler na íntegra: I Have a Dream!...


«I am happy to join with you today in what will go down in history as the greatest demonstration for freedom in the history of our nation.
Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand today, signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon of hope to millions of Negro slaves, who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of their captivity. But one hundred years later, the Negro is still not free. One hundred years later, the life of the Negro is still sadly crippled by the manacle of segregation and the chains of discrimination.

One hundred years later, the Negro lives on a lonely island of poverty in the midst of a vast ocean of material prosperity. One hundred years later, the Negro is still languishing in the corners of American society and finds himself an exile in his own land So we have come here today to dramatize a shameful condition.

In a sense we have come to our Nation's Capital to cash a check. When the architects of our great republic wrote the magnificent words of the Constitution and the Declaration of Independence, they were signing a promissory note to which every American was to fall heir.

This note was a promise that all men, yes, black men as well as white men, would be guaranteed to the inalienable rights of life liberty and the pursuit of happiness.

It is obvious today that America has defaulted on this promissory note insofar as her citizens of color are concerned. Instead of honoring this sacred obligation, America has given the Negro people a bad check, a check that has come back marked "insufficient funds."

But we refuse to believe that the bank of justice is bankrupt. We refuse to believe that there are insufficient funds in the great vaults of opportunity of this nation. So we have come to cash this check, a check that will give us upon demand the riches of freedom and security of justice.

We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of Now. This is not time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism.

Now is the time to make real the promise of democracy.

Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice.

Now is the time to lift our nation from the quicksands of racial injustice to the solid rock of brotherhood.

Now is the time to make justice a reality to all of God's children.

It would be fatal for the nation to overlook the urgency of the moment and to underestimate the determination of it's colored citizens. This sweltering summer of the Negro's legitimate discontent will not pass until there is an invigorating autumn of freedom and equality. Nineteen sixty-three is not an end but a beginning. Those who hope that the Negro needed to blow off steam and will now be content will have a rude awakening if the nation returns to business as usual.

There will be neither rest nor tranquility in America until the Negro is granted his citizenship rights. The whirlwinds of revolt will continue to shake the foundations of our nation until the bright day of justice emerges.

But there is something that I must say to my people who stand on the warm threshold which leads into the palace of justice. In the process of gaining our rightful place we must not be guilty of wrongful deeds.

Let us not seek to satisfy our thirst for freedom by drinking from the cup of bitterness and hatred. We must ever conduct our struggle on the high plane of dignity and discipline. We must not allow our creative protest to degenerate into physical violence. Again and again we must rise to the majestic heights of meeting physical force with soul force.

The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to a distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny. They have come to realize that their freedom is inextricably bound to our freedom. We cannot walk alone.

And as we walk, we must make the pledge that we shall always march ahead. We cannot turn back. There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" We can never be satisfied as long as the Negro is the victim of the unspeakable horrors of police brutality.

We can never be satisfied as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities.

We cannot be satisfied as long as the Negro's basic mobility is from a smaller ghetto to a larger one.

We can never be satisfied as long as our children are stripped of their selfhood and robbed of their dignity by signs stating "for white only."

We cannot be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote.

No, no we are not satisfied and we will not be satisfied until justice rolls down like waters and righteousness like a mighty stream.

I am not unmindful that some of you have come here out of your trials and tribulations. Some of you have come fresh from narrow jail cells. Some of you have come from areas where your quest for freedom left you battered by storms of persecutions and staggered by the winds of police brutality.

You have been the veterans of creative suffering. Continue to work with the faith that unearned suffering is redemptive.

Go back to Mississippi, go back to Alabama, go back to South Carolina go back to Georgia, go back to Louisiana, go back to the slums and ghettos of our modern cities, knowing that somehow this situation can and will be changed.

Let us not wallow in the valley of despair. I say to you today, my friends, that even though we face the difficulties of today and tomorrow. I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed. We hold these truths to be self-evident that all men are created equal.

I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at the table of brotherhood.

I have a dream that one day even the state of Mississippi, a state sweltering with the heat of oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.

I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream today.

I have a dream that one day down in Alabama, with its vicious racists, with its governor having his lips dripping with the words of interposition and nullification; that one day right down in Alabama little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls as sisters and brothers.

I have a dream today.

I have a dream that one day every valley shall be exalted, and every hill and every mountain shall be made low, the rough places will be made plains and the crooked places will be made straight and the glory of the Lord shall be revealed and all flesh shall see it together.

This is our hope. This is the faith that I will go back to the South with. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope.

With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood.

With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to climb up for freedom together, knowing that we will be free one day.

This will be the day when all of God's children will be able to sing with new meaning "My country 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing. Land where my fathers died, land of the Pilgrim's pride, from every mountainside, let freedom ring!"

And if America is to be a great nation, this must become true. So let freedom ring from the hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York.

Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania.

Let freedom ring from the snow-capped Rockies of Colorado.

Let freedom ring from the curvaceous slopes of California.

But not only that, let freedom, ring from Stone Mountain of Georgia.

Let freedom ring from every hill and molehill of Mississippi and every mountainside.

And when this happens, when we let freedom ring, when we let it ring from every tenement and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old spiritual, "Free at last, free at last. Thank God Almighty, we are free at last
."


[por Dr. Martin Luther King, Jr]


quarta-feira, janeiro 12, 2005

«B15A»: Força de Bloqueio

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Foto de D. Polka.

O iceberg, conhecido pela designação «B15A», tem três mil quilómetros quadrados de superfície e é o maior até hoje registado. Move-se à velocidade de dois quilómetros por dia e bloqueou o acesso às águas costeiras onde os pinguins pescam para se alimentarem. Agora, são obrigados a dar uma volta de 180 km para contornar o iceberg.

Cientistas neo-zelandeses afirmam que 70% da população de pinguins da Antártida poderão morrer de fome nas próximas semanas.



quinta-feira, janeiro 06, 2005

Os Três Magníficos

A devida vénia aos três parlamentares históricos que não vão integrar as listas do Partido Socialista para as próximas eleições:

- Almeida Santos (vice-presidente da Assembleia da República)
- Medeiros Ferreira (ex-ministro dos Negócios Estrangeiros)
- Helena Roseta (bastonária da Ordem dos Arquitectos)


Será estranha a próxima legislatura. Desde que o Parlamento é Parlamento, o mesmo é dizer, desde que elegemos em liberdade e democracia os que nos representam nas bancadas, que a voz dos três enchia S.Bento. Independentemente de qualquer convicção partidária, sentir-se-á a sua falta no xadrez das cadeiras.

Uma vez mais foi Alegre quem percebeu o essencial, na hora da despedida: «Figuras centrais da democracia», assim ele disse, assim ele os nomeou. Nenhuma estranheza, na verdade: é sempre o poeta quem primeiro reconhece vozes outras.



A Terra Pulsa nos Açores

Seis sismos abalaram, hoje, a ilha de São Miguel - o mais forte dos quais atingindo uma intensidade de grau V/VI na escala de Mercalli modificada (de I a XII) - causando algum pânico nas localidades onde foram sentidos.
António Cunha, presidente da Protecção Civil garante que «não há danos visíveis» nas zonas onde os abalos foram registados. Apesar disso, foi decretado "alerta amarelo" e reforçados os efectivos nos quartéis das corporações da ilha de São Miguel. O secretário da Habitação e Equipamentos, José Contente, está a acompanhar o evoluir da situação e também já decretou que os serviços operativos do seu departamento entrassem em situação de prevenção para alguma eventualidade.

Os sismos tiveram epicentro a cerca de seis quilómetros a Norte de Vila Franca do Campo, e a protecção Civil admite que poderão estar relacionados com a actividade na falha da Lagoa do Congro.




domingo, janeiro 02, 2005

Desequilíbrios

Assim que chegou a notícia das Tsunamis que varriam a Ásia, o Dr. Armando Trindade, conceituada autoridade científica em matéria de topografia, explicou que esta é apenas uma das respostas da Terra ao aquecimento do planeta. Segundo ele, o degelo dos pólos não só faz o nível das àguas subir entre seis a sete metros por ano. Acontece que a Terra necessita, ela própria, de arranjar novos equilíbrios, uma forma outra de acomodar em si toda essa massa de água. Os degelos despejam um volume brutal de caudal sobre os oceanos que ficam a pesar excessivamente sobre as zonas da crosta terrestre em que se acumulam, provocando pontos de tensão que abrem fissuras e geram rupturas. Quando o ponto de saturação é atingido, a terra cede. É a forma que encontra para dissipar a energia concentrada e aliviar a tensão a que é sujeita.

Disse ainda Armando Trindade que o volume exagerado de petróleo que o mundo vem extraindo representa um grave risco de desequilíbrio na composição da crosta terrestre. São duras e violentas mutações, aquelas a que o homem vem submetendo a Terra. Por isso ela estremece: como um grande corpo em agonia, no desespero de se readaptar às novas circunstâncias que lhe são impostas.


Desflorestação vs Tsunamis

Ainda que os maremotos e as tsunamis por eles geradas sejam castástrofes naturais, os especialistas acreditam que a acção humana tem contribuído em muito para maximizar o seu efeito devastador. A comunidade científica internacional tem insistentemente alertado para o facto, sendo certo que uma atitude de maior responsabilidade ambiental poderia ter minimizado o impacto das tsunamis que no passado Domingo atingiram a costa marítima de 13 países, ao longo do Oceano Índico.

Não fora a assustadora devastação da orla de florestas atlânticas e o avanço das águas poderia ter sido travado pela terra de uma outra forma. No Sri Lanka existe uma zona de território preservada em grande parte pela impenetrabilidade da região, ocupada pelos guerrilheiros Tamil. A instabilidade política tem tido pelo menos o mérito de dificultar a intervenção dita civilizada sobre a paisagem, segurando a mão do homem e travando o derrube de árvores. Em consequência, nessa franja costeira o impacto da catástrofe de Domingo passado foi consideravelmente menor do que nas restantes regiões do país.

Vale a pena ler aqui. Sem dúvida interpelante, este artigo.



sábado, janeiro 01, 2005

As Primeiras Doenças

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Foto de Peter Foley.

As primeiras doenças contagiosas já começaram a aparecer nas zonas do sudeste asiático devastadas pelo sismo e ondas gigantes de 26 de Dezembro, declarou hoje um alto responsável da Organização Mundial de Saúde.

O director geral da OMS para as crises, David Nabarro, afirmou que "Há cada vez mais informações que dão conta do aparecimento de doenças diarreicas provenientes de campos com pessoas desalojadas no Sri Lanka e na Índia", mas acrescentou que "Isto não nos alarma porque estamos atentos. O que há a fazer é assegurar que continuamos a distribuir todas as células de hidratação e os tratamentos contra a diarreia".

Segundo David Nabarro, ainda é demasiado cedo para dizer se a mobilização internacional será suficiente para responder às necessidades das populações, tendo em conta as dificuldades de encaminhamento do auxílio, particularmente na província indonésia de Aceh (norte da ilha de Samatra), a mais afectada pela catástrofe.


A OMS solicitou quinta-feira à comunidade internacional uma ajuda de 40 milhões de dólares destinados ao melhoramento das condições sanitárias imediatas das populações afectadas pelo sismo e maremotos.



sexta-feira, dezembro 31, 2004

"Reset"

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Foto de Dennis M. Sabangan.


FELIZ ANO NOVO de 2005




Graves Danos Naturais

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Foto de S.Dolphin.

Os especialistas internacionais acreditam que a fauna e flora marinhas das zonas costeiras afectadas pelos maremotos no sudeste asiático devem demorar séculos a recuperar-se, embora as praias restaurem a sua beleza dentro de poucos anos.
Os recifes de coral, os peixes e toda a vida marinha foram levantados pela imensa onda que provocou a catástrofe nos países do sul da Ásia. "É muito difícil de dizer de uma forma breve, mas o nível dos desgastes provocados nas zonas costeiras é evidente", disse à BBC Ketut Sarjana Putra, director da Conservação Internacional, uma organização de protecção de ambiente baseada na ilha indonésia de Bali. "Vai demorar muito tempo até que os ecossistemas recuperem", acrescentou.
A perda dos corais pode também afectar as populações de peixe que deles dependem para viver.
Para Lyle Vail, responsável da estação de pesquisa da ilha Lizard (oeste da Austrália), os estragos provocados pelos tsunamis nos corais são de uma dimensão "como se tivessem sido provocados por um ciclone".
Quando ocorre um maremoto, as estruturas dos corais chocam umas contra as outras, estragando-se e, "em casos mais dramáticos", deixam de existir animais larvares para os povoar, levando a que o crescimento dos corais seja lento.
Os estragos são "muito, muito graves", estimou Jerkler Tamelander, o coordenador regional do programa marítimo para o sul da Ásia da União Mundial para a Natureza, sedeado em Colombo, Sri Lanka.
O professor de ecologia marinha da Universidade Australiana de Melbourne, Michael Keough, sublinhou que a Tailândia, Índia, Sri Lanka, Indonésia e Maldivas, países fortemente afectados pelos maremotos, têm um sistema de coral muito desenvolvido. "É difícil de dizer qual a amplitude dos danos", referiu.
Se por um lado um tsunami passa mais rapidamente que um ciclone, por outro, pode tornar- se mais pujante. É que, como os especialistas explicam, a sua força pode crescer desmesuradamente quando atinge os fundos marítimos onde se encontram os corais.



Antes e Depois

Aceh1


Aceh2


Estas são fotografias da Digital Globe que mostram a costa Norte de Ache, província litoral da Indonésia. Nos topos estão imagens captadas em 24 de Junho, seis meses antes das vagas tsunami devorarem a terra e que permitem perceber a brutal alteração que o mar infligiu na região após o maremoto do último Domingo. As imagens em contraposição foram captadas a 28 de Dezembro, dois dias depois da tragédia.



«Ameaça Mortífera»

David King, conselheiro científico do governo britânico, disse há poucas semanas atrás - na Conferência sobre Alterações Climáticas , que decorreu na Argentina e reuniu em torno do protocólo de Kyoto 189 países de todo o mundo - que:

«O aquecimento global do planeta é uma ameaça mais mortífera do que o terrorismo».

Houve quem ridicularizasse a afirmação. Os números que chegam da Ásia acabam de expôr a um rídiculo maior aqueles que o ridicularizaram.

A conferir na edição de hoje do The Guardian.




quinta-feira, dezembro 30, 2004

DONATIVOS

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Foto de DbMartin

Em solidariedade para com as vítimas do sismo e maremotos que atingiram domingo o sudeste asiático, são várias as organizações e entidades que se mobilizam na recolha de fundos destinados a apoiar as populações sinistradas.
Deixamos aqui uma listagem das contas para onde podem ser efectuados os donativos, através de depósito ou transferência bancária.


A organização não-governamental Médicos do Mundo Portugal pediu o apoio dos portugueses através do Banco BPI, com o NIB 0010 00009 4449990001 70, ou da Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o NIB 0035 05510 0007722130 32.


Para apoiar a missão da Assistência Médica Internacional (AMI) na Ásia, os donativos deverão ser feitos através da conta da CGD 0001 030 003 830, com o NIB: 0035 0001 0003 0003 8306 2.


A UNICEF SOS Crianças da Ásia também tem uma conta aberta na CGD com o número 0127 028 241230 e o NIB 0035 0127 0002 8241 2305

A CARITAS abriu na CGS a conta número 0697 630 917 930, com o NIB 0035 0697 0063 0917 9308 2.


A Cruz Vermelha Portuguesa também pediu a ajuda dos portugueses que poderão fazer os seus donativos através de depósito ou transferência para a conta do Banco BPI com o NIB 0010 0000 137 222 70009 70 ou para a conta número 1-137222000009.

O Montepio Geral, em solidariedade com as vítimas, abriu na sua instituição bancária uma conta com o NIB 0036 0088 99100039366 18.



SMS Solidariedade

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A TMN associou-se às iniciativas de solidariedade e ajuda às vítimas do tsunami: cada chamada para o número 12700 (especialmente criado para o efeito) faz reverter um euro a favor de três organizações com missões na região - AMI, Cruz Vermelha e Médicos do Mundo.

No caso de chamadas de voz basta ligar o número, mas quem preferir pode enviar um SMS. Escreva «Ajuda» e envie para o 12700.

Hoje, entre as 14h e as 18h, houve vinte mil pessoas que já fizeram o mesmo.



Esperas

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Foto de Collector.

Ao contrário do que o Governo garantiu ontem, milhares de portugueses continuam sem receber os subsídios a que têm direito por lei e condição.

Hoje, numa escassa meia hora por um bairro da cidade, tropecei em vários casos: uma asmática crónica que negociava com a farmacêutica levar um aerosol fiado até o Estado lhe depositar o fundo de desemprego, um homem que pedia que lhe entregassem uma bilha de gás para cozinhar apesar do dinheiro da pensão de invalidez ainda não ter chegado, uma rapariga que explicava ao banco que as contas da água e da electricidade iam cair na conta a descoberto porque o dinheiro da baixa médica continuava por depositar, um casal de idosos a insultar o carteiro por não ter trazido o envelope da Segurança Social... Todos eles continuam à espera de ver concretizar o desmentido categórico de Bagão Félix e Fernando Negrão: doentes e desempregados iriam receber os seus subsídios no dia 29 de Dezembro.

Hoje é dia 30. Nenhuma das pessoas com quem me cruzei recebeu coisa alguma. Continuam à espera, uma espera que se torna particularmente preocupante porque com o Ano Novo e o habitual período de férias que muitos funcionários públicos sempre decidem gozar nesta época, não é de prever que se retomem os processamentos de subsídios antes de dia 3 de Janeiro (Segunda-feira). Na melhor das hipóteses quem está doente ou desempregado só volta a ter dinheiro lá para o meio da primeira semana de 2005!!... E até lá? Até lá, alegramo-nos todos: mesmo que o prato esteja vazio no Réveillon, quando soarem as 12 badaladas pensamos no sonho de Bagão Félix, na meta dos 3% para o défice, e pulamos da cadeira felizes com o nosso magro contributo para evitar o puxão de orelhas de Bruxelas.



O Culto do Fumo

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Cigar Art
Foto de izenman.

Apesar de 2004 ser um ano marcado pelo anúncio de medidas anti- tabágicas, a Havaneza não se ressentiu no negócio. Os produtos ligados ao Culto do Fumo encontram-se na lista dos presentes mais oferecidos pelos portugueses neste Natal.
Na famosa casa de tabaco Havaneza, as edições limitadas de charutos, copos, cachimbos ou canetas esgotaram em poucos dias. As caixas para guardar charutos - que custam entre 50 a 60 euros - foram dos presentes mais vendidos, numa loja em que este produto pode custar 2.500 euros.
Contam os empregados de balcão que quem procurou charutos ou caixas de cigarros e cigarrilhas para oferecer não resistiu à tentação de pedir para serem retirados das embalagens os avisos contra os malefícios do tabaco («Fumar Mata»), de modo a poupar a susceptibilidade do feliz contemplado com o presente.



Veneno de Caracol Marinho

As autoridades de saúde dos Estados Unidos autorizaram a venda de um analgésico cuja matéria-prima é a forma sintética de um veneno de caracol marinho.

Segundo Richard Racuk, responsável do Centro Médico da Universidade norte- americana Wake Forest, o novo medicamento actua bloqueando as células nervosas responsáveis por transmitir as sensações de dor, substituindo outras terapêuticas à base de ópio e morfina. Trata-se de uma substância potente que não pertencendo à categoria dos narcóticos evita a sensação de sonolência.
O veneno de caracol marinho pode ser aplicado para o tratamento de dores graves e crónicas ligadas ao cancro, à SIDA ou a doenças do sistema nervoso.


Com... 'Ajudas de Custo'

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Foto de BoxcarBertha.


Amanheceu o quarto dia depois da tragédia na Ásia. Os telejornais da manhã continuam a trazer até às nossas casas imagens tétricas e cenários de horror. Sucedem-se os relatos pungentes dos sobreviventes. Os jornais e as rádios dão voz aos apelos desesperados dos portugueses que continuam mergulhados num pesadelo difícil de imaginar. O ministério dos Negócios Estrangeiros anúncia oficialmente que João Lima de Pimentel, o embaixador de Portugal em Banguecoque, regressará hoje à Tailândia. O embaixador veio passar o Natal com a família e foi surpreendido em Portugal, longe da embaixada. O Tsunami aconteceu no dia 26 de Dezembro. Desde o primeiro minuto que se sabe que existem portugueses na região sinistrada. Entretanto, passaram quatro dias e se é compreensível que o embaixador tenha direito a um Natal em família, é completamente injustificável que, após a dimensão da tragédia, quase seja preciso empurrá-lo de regresso ao seu posto. Lamentavelmente, nem sempre a representação diplomática de um país se faz em bailes, jantares de gala e beberetes. E é para isso que todos os cidadãos contribuem generosamente com os seus impostos para pagar o vencimento daqueles que desempenham essa função. Ocasiões como estas deveriam reverter a opinião do senso comum e demonstrar o quão bem empregue é o salário pago à diplomacia pelo serviço prestado à nação. Infelizmente, não foi esse o sentimento que se reforçou nos portugueses. Bem pelo contrário. Sabe-se que na Ásia, e em particular na Tailândia, existe gente desaparecida, gente ferida, gente apavorada que perdeu tudo, até mesmo o passaporte. Existe gente que implora voltar para casa, deixar para trás toda a morte e devastação que continua a boiar nas ruas, gente à deriva num país desorientado com as suas próprias tragédias, gente que corre agora risco de contágios e epidemias várias, que não consegue fazer-se entender na sua própria língua, que se sente perdida e desamparada. Sim, estava em tempo do embaixador voltar. É uma pena ir quase obrigado, tão contrariado que por momentos todos suspeitámos que seria necessário levá-lo à força para dentro do avião. Porque já vai tarde, o embaixador. Muito tarde.



A Terra Tremeu de Novo

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Foto de Q. Sue.



A terra voltou a abalar a Turquia, a Birmânia, e as ilhas Andaman e Nicobar, no arquipélago indiano, numa magnitude entre 4,6 e 5,6 na escala aberta de Richter, segundo o Observatório de Kandilli, sedeado em Istambul, segunda maior cidade da Turquia.
Foi um tremor moderado, com epicentro em Cubuk, localidade próxima de Ancara, que lançou o pânico entre a população, mesmo não tendo provocado vítimas ou danos materiais, mas que mostra que a terra ainda não encontrou o equilíbrio do sossego.


quarta-feira, dezembro 29, 2004

Trapalhadas e Trapalhões

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Vazio de Poder
Foto de Caroline

O país assistiu indignado às queixas dos portugueses que se encontram na Ásia à comunicação social. Todos falam de uma embaixada fechada, de uma linha telefónica que ninguém atende, de entidades governamentais que até agora ninguém viu.
Hoje o Primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, foi a São Bento apresentar as medidas do Governo para prevenir e combater os incêndios florestais, durante o próximo ano. Os jornalistas aproveitaram para o questionar a respeito do telefone da embaixada portuguesa em Banguecoque que nunca ninguém atende. Ao que parece, Santana Lopes também já tinha ouvido dizer que sim: «Li que a horas em que a embaixada deveria estar aberta esteve fechada. Se assim tiver acontecido, é grave e agiremos em conformidade». Perguntaram depois os jornalistas se o regresso do embaixador português a Banguecoque não deveria ter acontecido mais cedo. O Primeiro-ministro desvalorizou a demora da partida, considerou «adequada» a actuação do Ministério dos Negócios Estrangeiros e manifestou «apoio total» ao embaixador de Portugal em Banguecoque.

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Foto de Appliance.

Disse o Sr. Lopes: «Nas primeiras informações que nos chegaram, nada fazia prever números destes.»
Pergunta: A partir de que números começou o Governo a ficar impressionado com a catástrofe? Quando se chegou ao 10 mil mortos? aos 20 mil? aos 25 mil? Quando se estimou que fossem mais de 40 mil? Quando se ultrapassou a barreira dos 50 mil? Quando se começaram a aproximar perigosamente dos 80 mil??

Disse o Sr. Lopes: «No domingo e na segunda-feira, apenas se falava em três portugueses desaparecidos.»
Pergunta: E se fosse um só? Seria menos "português" por ser um caso isolado?


Disse o Sr. Lopes: «mal a dimensão dos números se alterou» o Governo agiu.
Pergunta: devemos pois passar a rezar para não estarmos sós na desgraça, de modo a que o nosso Governo se digne decidir que se justifica vir em nosso auxílio?

Disse o Sr. Lopes: " É natural que o embaixador estivesse fora do seu posto na altura do Natal e Ano Novo".
Pergunta: E é natural que a embaixada encerre a cada vez que o embaixador se ausenta em viagem?

Disse o Sr. Lopes: "Os canais de televisão também chegaram 24 ou 36 horas depois."
Pergunta: Devemos, pois, inferir que não existe qualquer diferença entre um correspondente ou uma delegação de televisão, uma embaixada e um embaixador?

Disse o Sr. Lopes que «o Governo deu uma orientação expressa no sentido do regresso do embaixador».
Pergunta: E parece-lhe normal que Portugal tenha um diplomata que precise de orientação para o óbvio?

Disse o Sr. Lopes: ir verificar se houve «alguma falha de funcionamento porque na embaixada em Banguecoque encontrava-se um funcionário diplomático».
Pergunta: qual funcionário? O tal que só 48h depois telefonou às vítimas? Aquele que combinou encontrar-se com elas às 15h do dia seguinte e não apareceu? O mesmo que quando enfim chegou ao hospital trocou três palavras com os sobreviventes e desapareceu sem ninguém dar por isso?

Disse o Sr. Lopes - parafraseando Marquês de Pombal - «Agora, o tempo é de enterrar os mortos e cuidar dos vivos».
Pergunta: Cuidar de quem???? Assim??? Da forma que todos temos assistido este Governo cuidar?... Felizmente que, para Portugal, quando o terramoto atingiu Lisboa, o Primeiro-ministro era o Marquês de Pombal e não o Sr. Lopes!!...



Deplorável Imbecil

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Dulce Ferreira entrevistada pela SIC Notícias.


É verdade que esta fotografia destoa. Destoa neste blog como destoaria em qualquer «Meridiano&Paralelo». É verdade que peca pela ausência de qualidade. É verdade que chega a ser chocante. Ainda assim, se chocasse apenas pela pouca estética não seria de grande gravidade. Mas ela choca acima de tudo pela escassa ética e grita por publicação justamente por ser obscena e feia.
É uma fotografia de uma turista. Esta "turista" chama-se Dulce Ferreira e é portuguesa. Estava no aeroporto de Lisboa, prestes a embarcar para a Tailândia. A SIC Notícias entrevistou-a e a displiscência com que levianamente encarou as perguntas e respondeu à jornalista chocaram Portugal de Norte a Sul. Ouvimo-la dizer em directo, poucos dias após a tragédia do terramoto, que pretendia manter as suas férias, justificando que «Já estavam marcadas». Ouvimo-la responder que «sim» que estava a par do que tinha sucedido no país, mas que não tinha ficado nada preocupada porque os pais - que aliás continuam por lá - lhe tinham enviado uma mensagem a dizer «que tinha havido uns tsunamis e umas coisas», mas que estavam bem.
Quando a jornalista lhe perguntou se estava triste com toda a situação, Dulce Ferreira partilha com todos nós esta reflexão inqualificável: «Sim, claro, agora já não vou ter todas as condições de férias que iria ter se por acaso não tivesse acontecido nada disto.» E como se não bastasse ainda nos deixa este iluminado desabafo: «Por outro lado, estou contente porque vejo as coisas mais ao natural, como elas são

... E prestes a entrar em 2005, ficamos nós a perguntar: como é que ainda há gente com este nível de orgulhosa e optimista mediocridade??







Ás Pressas

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Foto de Piermario.

Desta vez, leio na edição de hoje do Diário Económico que o ministério da Segurança Social garantiu que afinal vai processar, ao longo do dia, o pagamento do subsídio de desemprego e saúde.

Referindo-se a "diversas fontes da segurança social, que pediram anonimato", o Diário Económico diz que o "Ministério ordenou o imediato processamento daquelas prestações, por forma a travar os efeitos políticos decorrentes da notícia ontem publicada".
Creio que está, pois, explicada a conferência de imprensa do PSD - onde o partido se apressava a sugerir intenções políticas por detrás da publicação desta notícia - ainda antes da divulgação da nota oficial do próprio ministério.





terça-feira, dezembro 28, 2004

Ufff!... Que Alívio!!...

MFSS_28_12_04


O Governo diz que este documento não é este documento, ou por outra, é de facto este documento, mas o que se lê neste documento não corresponde exactamente ao que está escrito no documento, ou melhor, o que está escrito aqui não quer dizer que seja isto que o documento diz, ou que o Governo quis que ficasse dito neste documento... E, aliás, quem foi que disse que o documento afinal é do Governo? Não é sabido que o Governo tem vários organismos, e departamentos, e direcções, e repartições, e divisões? Não é sabido que este Governo descentraliza? E então? Desde quando a parte vale pelo todo? E que culpa tem o Governo do que se faz, diz ou escreve, em cada haste que os tentáculos do aparelho governamental tem distribuídos pela periferia?

E NÃO, claro que NÃO - o documento "NÃO É" do Governo: «(...) trata-se tão só de uma nota de natureza interna emitida por um director de unidade de um centro distrital (uma entre as várias unidades existentes em cada centro distrital), nota essa dirigida ao Director do mesmo Centro.»

E desde quando o dirigente, e o director dele, e a unidade de que fazem parte, e o centro distrital da Segurança Social de ambos, pertencem ao Governo??!

... Perceberam??!



http://missing.antalys.net

Pessoas


O hospital de Phuket, na Tailândia, pôs à disposição na Internet um serviço de identificação de desaparecidos. Através do site http://missing.antalys.net/ é possível procurar familiares, amigos ou conhecidos que possam estar ali internados.
Além da lista com centenas de nomes de pacientes, oriundos de dezenas de países, o site na Internet do hospital de Phuket ajuda ainda quem procura desaparecidos à distância. Para isso, deve escrever-se o nome da pessoa que se pretende encontrar e deixar um contacto telefónico ou electrónico.



Vergonhosas e Magras Filhóz!!

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Foto de Roq.

Leio na edição desta manhã do Diário Económico que o ministério da Segurança Social ordenou o adiamento para Janeiro do pagamento dos subsídios de doença e de desemprego. Isto significa que - em pleno mês de Natal e a braços com uma crise financeira com que até o próprio Estado se descabela e chora todos os dias - os trabalhadores com baixas médicas e os desempregados, que deveriam receber nos dias 27 e 29 de Dezembro, vão ter que esperar até Janeiro.

O jornal refere que teve acesso a um ofício de alteração do calendário de pagamentos de subsídio, onde o ministério pedia aos Centros Distritais de Segurança Social para retardar o processamento dos subsídios. No mesmo documento, o ministério solicitou também que fosse atrasado o pagamento aos beneficiários que deveriam ter recebido as prestações por doença e desemprego a 16 e 20 de Dezembro, respectivamente.

Gorada a estratégia de alienação de património do Estado sem hasta pública, depois do chumbo de Bruxelas à famosa intenção de venda de 65 imóveis, este Senhor pôs-se a pensar de aflitos, pressionado com a vertigem dos dias, com o défice para conter até aos 3% e 2005 quase a bater-lhe à porta. Vai daí lembrou-se que todos os meses o Estado paga, em média, 40 milhões de euros, em subsídios de doença e 125 milhões de euros em subsídios de desemprego. E como grão grão enche a galinha o papo, achou que eram uns "pózinhos" que davam muito mais jeito serem contabilizados nos cofres do Estado do que no bolso dos contribuintes, no Dia de Ano Novo.

De acordo com o Diário Económico, o "Estado, ao transferir algumas despesas para o próximo ano, alivia a execução orçamental de 2004, uma vez que, no subsector da Segurança Social, a contabilização das despesas se faz numa óptica de caixa".



segunda-feira, dezembro 27, 2004

Incomunicáveis e Inutéis

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Foto de Tornas.

Portugal é o país europeu com a mais antiga representação diplomática instalada na zona devastada pelo tsunami que ontem assolou a Ásia. No local, encontram-se ainda os mais de duzentos e trinta portugueses apanhados pela catástrofe. Estes cidadãos continuam a tentar buscar auxílio junto de uma embaixada que, em lugar de uma humana voz de reconforto e apoio, os "atende" com uma ininterrupta gravação de voicemail. À medida que as horas passam, a angústia aumenta, e do Governo e da embaixada portuguesa nem sinal, estas pessoas vão desabafando diante dos jornalistas a sua indignação e abandono, numa espécie de derradeiro e descrente pedido pelo socorro que tarda em chegar. Para todos nós que assistimos de longe fica um sentimento misto de impotência, vergonha e embaraço. Vale-nos a todos que os restantes países europeus com turistas no local tenham tido uma destreza bem diferente da nossa. Vale-nos a todos que Espanha e França tenham dado instruções precisas às suas tripulações para trazer de volta «os nossos amigos e vizinhos portugueses», como ontem escutamos o piloto espanhol dizer às televisões. Enquanto isso, em Portugal, o Sr. Lopes - não se percebe se como Primeiro-ministro ainda em funções, ou se como candidato às eleições do mês que vem - entretem-se com mais um capítulo póstumo da novela que o opõe ao Presidente da República, escrevendo longas cartas aos militantes do partido. Enquanto isso o Sr. Lopes, distraído das verdadeiras vítimas, ensaia mais um acto pungente de vitimização eleitoralista. E enquanto isso, também, os portugueses sobreviventes arregaçam as mangas, esquecem o trauma das últimas horas e desdobram-se sozinhos no socorro uns dos outros, entre morgues improvisadas e corredores de hospitais lotados. Vale-lhes que as agências de viagens que os transportaram não se tenham eximido de quaisquer outra responsabilidade, como fez o Estado de que são cidadãos. Vale-lhes que as delegações humanitárias, que todos os outros países se apressaram a fazer chegar ao local, os considerem suficientemente humanos para receber a assistência que Portugal continua a não considerar prioritário garantir-lhes.



http://redcross.org/donate

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Os donativos podem ser feitos on line, via email ou por telefone. Visite o site e informe-se. Existem formas de ajudar que muito provavelmente nunca lhe passou pela cabeça equacionar, como a doação de milhas aéreas ganhas em promoções ou acumuladas por horas de vôo, ou através da transferência de títulos de bolsa. A tradicional ajuda em géneros e trabalho de voluntariado continua a ser bem vinda. A Cruz Vermelha agradece.



domingo, dezembro 26, 2004

Localização de Portugueses na Ásia

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Foto de shadowbox.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros pede aos familiares e amigos dos portugueses qe se encontram na zona atingida pelo maremoto que entrem em contacto urgente para os seguintes números de emergência dedicados à catástrofe asiática:
21-3946907
21-3946908
21-3946912.


quarta-feira, dezembro 22, 2004

Blue Note

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Foto de Hanni.


Em 1985, a lendária editora de jazz Blue Note relançou-se no mercado e para assinalar o regresso realizou um magistral concerto no Town Hall, em New York. Numa mesma noite Art Blakey, Ron Carter, Herbie Hancock, Jack De Johnette, Freddie Hubbard, Cecil Taylor, Stanley Turrentine, McCoy Tyner e outros mais.

Para ver hoje, depois da meia-noite, na RTP2: «One Night with Blue Note».



terça-feira, dezembro 21, 2004

Araquém


Pescador de Rede
Foto de Araquém

A editora Terrabrasil lançou, no último dia 8 na Fnac de São Paulo, o livro «Brasileiros», do fotógrafo Araquém Alcântara, que reúne 139 imagens a preto e branco, captadas ao longo de 30 anos de carreira e andanças pelo país. O livro é um verdadeiro painel da diversidade brasileira - fotos de gente simples, anónima, ao lado de personagens marcantes, como o poeta Patativa do Assaré. Conhecido internacionalmente como fotógrafo da natureza, Araquém, um catarinense nascido em Florianópolis (1951), colaborou e publicou vários trabalhos na “Veja”, no “O Estado de São Paulo” e no “Jornal da Tarde”.

Trinta destas imagens permanecem em exposição na Fnac Paulista até o próximo dia 8 de janeiro.



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- Arquivo Fotográfico -



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